CURSO ONLINE GRATUITO - Um dramaturgo em foco - Eugene O’Neill em diálogo com o presente - Abordagem introdutória. Por Maria Sílvia Betti (FFLCH-USP)

 

Um dramaturgo em foco: Eugene O’Neill em diálogo com o presente:
Abordagem introdutória.

 




Eugene O'Neill

CINCO ENCONTROS

Curso online com Maria Sílvia Betti (FFLCH-USP)


Aulas serão gravadas


Bibliografia básica disponibilizada APENAS às pessoas inscritas.


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Inscrição gratuita para: 

Um dramaturgo em foco: Eugene O’Neill em diálogo com o presente:
Abordagem introdutória.

Docente responsável: Maria Sílvia Betti – FFLCH-USP

Aulas: 27 a 31 de outubro de 2025

Horário:

14h às 15h (aula)


15h às 15h30

(perguntas e comentários de participantes dos encontros ao vivo)


Organização: Agenor Bevilacqua Sobrinho – Cia. Fagulha

 

 Promoção e Realização: Cia. Fagulha ( www.ciafagulha.com.br )



Oportunidade ou provocação? Por Maria Sílvia Betti - FFLCH-USP

Travar contato com o trabalho dramatúrgico de Eugene O’Neill no contexto em que estamos, em 2025, pode representar tanto uma oportunidade como uma provocação.

Para os que se interessam pela pesquisa e pelo aprofundamento no campo do teatro trata-se de uma oportunidade, pois são poucos e raríssimos, atualmente, os programas de estudo e de formação, seja em nível técnico, seja em nível de terceiro grau, que incluem a dramaturgia em sua grade curricular e que se dispoem a analisar seu papel diante das transformações da sociedade de seu tempo.

Para os que, por outro lado, julgam datadas e vencidas as questões enfrentadas por um dramaturgo que viveu e criou sua obra na primeira metade do século XX, o contato inicial com o trabalho de Eugene O’Neill pode proporcionar algumas importantes constatações: O’Neill, único dramaturgo estadunidense a receber o Prêmio Nobel de Literatura, foi também o único a ter tido contato direto com a realidade do teatro profissional praticado no início do século XX, e a ter percorrido boa parte do território dos Estados Unidos acompanhando de perto espetáculos representativos do repertório desse período nas inúmeras tournées da companhia em que seu pai, o ator James O’Neill, atuava.

Em sua juventude, seus anos de trabalho na marinha mercantil lhe deram conhecimento profundo das difíceis condições de sobrevivência do proletariado no setor marítimo, convivendo e trabalhando com estivadores, marujos e foguistas aos quais viria a dar voz e presença cênica nas peças do Ciclo do Mar, que escreveu na primeira fase de sua dramaturgia. Nenhum outro dramaturgo de sua época o fez, e esse foi o ponto de partida para o caminho de criação que ele desenvolveria.

Ao longo de sua carreira, seu trabalho foi de fundamental importância para que o teatro dos Estados Unidos começasse a deixar de ser encarado apenas como um ramo do setor de entretenimento, e passasse a ter sua relevância cultural reconhecida e elevada ao mesmo patamar ocupado pela ficção ou mesmo pela música.

As formas de modernização encetadas por ele foram essenciais, ainda, por terem aberto uma nova perspectiva de escritura da tragédia no mundo do século XX, seja por meio da releitura dos mitos gregos, seja pelo mergulho profundo na representação de questões arraigadas na esfera psicológica do indivíduo dentro e fora do âmbito das relações familiares.

O’Neill percorreu todo o espectro de vivências relacionadas ao teatro, desde as inerentes à sobrevivência itinerante das companhias em tournées pelo país, na virada do século, até às ligadas às formas de experimentalismo praticadas pelos Provicentown Players e por fim, em seus últimos anos, ao grande e dolorosamente irrealizado projeto de figuração dos “sonhos de fumaça” do passado histórico do país e de seus “possuidores auto despossuídos”.



Eugene Gladstone O’Neill [1888-1953]

 

1.      1- Os anos de formação. Peças do Ciclo do Mar. Os Provincetown Players. Experimentalismo.

2.    2- As peças negras. O’Neill e a crítica de esquerda na revista New Masses nos anos 1930. Prêmio Nobel: implicações da premiação no contexto político desse período.

3.      3- Aspectos da escrita dramatúrgica: cenas comentadas.

a-      Coloquialidade, sotaques e dialetos. Cenas: Trecho de “Bound east for Cardiff”.

b-     Recursos expressionistas. Cenas:

·         “The emperor Jones” , trecho da rubrica da cena 2: the Little Formless Fears.

·         “The emperor Jones”, trecho de fala de Brutus Jones na cena 1 com rubrica sobre o uso de percussão contínua.

·         All God’s chillun got wings, Ato II, Cena 1 (máscara).

·         All God’s chillun got wings, Ato 3, Cena 3 (degeneração sombria dos afetos)

c-      Rubricas, utilização funcional da música, cena inicial expositiva. Cenas:

·         “All God’s chullun got wings”, 1920 (rubrica inicial da cena um).

·         “Mourning becomes Electra”, peça 1 (“Homecoming”), rubrica de abertura da cena 1, (1931), Ato Um.

·         “Long day’s journey into night”, rubrica de abertura, ato I  

d-     Poesia em cena. Cenas:

·         “Long day’s journey into night”, dois excertos de cena entre Tyrone (pai) e Edmund (filho) no IV ato.

4- As tragédias. Um olhar sobre o passado histórico. Cenas:

a-      Trecho de “The iceman cometh” com alusão aos IWW (International Workers of the world)

b-      Excerto de “Contour in time” de Travis Bogard.

5- Sonhos de fumaça: O’Neill perscruta a história do país e enfrenta seus pipe   dreams. Possuidores auto despossuídos: as peças dos últimos anos.

      a- “A tale of possessors self dispossessed”. Donald Gallup. (“The Cambridge Companion to Eugene O’Neill”, capítulo 12, pg. 178.

 

 

REFERÊNCIAS

SÍTIO DA INTERNET

 

https://www.eoneill.com/texts/

https://www.youtube.com/c/eOneillTV

 

 

PEÇAS DE EUGENE O’NEILL NO ORIGINAL

 

O’NEILL, Eugene. The complete work of Eugene O’Neill. New York, Library of America, 2000.

_______ The Moon of the Caribees; Bound East for Cardiff; The Long Voyage Home; In the Zone. In The Long Voyage Home and other Plays.New York, Dover Publications Inc., 1995.

 


PEÇAS TRADUZIDAS

 

Peças do Mar. Traduções de Fernando Paz (Cia. Triptal). Inéditas.

O Imperador Jones. Tradução de Ricardo Werneck de Aguiar. Teatro Experimental do Negro.

A mais suntuosa mansão. (More stately mansions). Tradução de Clara Carvalho. Inédita.

Um que de poeta (A touch of the poet). Tradução de Alexandre Tenório. Inédita.

Longa jornada noite adentro. Tradução de Helena Pessoa. São Paulo: Editora Abril.

 

 

ESTUDOS CRÍTICOS, TESES E ARTIGOS

 

BETTI, Maria Sílvia. Homens ao mar: três encenações de peças em um ato do Glencairn Cycle, de Eugene O’Neill. In Dramaturgia Comparada Estados Unidos-Brasil: três estudos. São Bernardo: Cia Fagulha, 2017.

_______. Uma jornada e muitos olhares. Prefácio de Longa jornada noite adentro. São Paulo: Editora Peixoto Neto, 2004.

_______. Processos cênicos em duas peças do Ciclo do Mar, de Eugene O’Neill: “Rumo a Cardiff” e “Zona de Guerra”. Scripta Uniandrade, n. 05, 2007, p. 153-164.

CARNEIRO, Ana Maria de Melo. The American Electra: O'Neill's Modern Version of The Myth. Submitted in partial fulfillment of the requirements for the degree of Mestre em Inglês. Thesis Adviser Dr. Ana Lúcia Almeida Gazolla. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Letras. Fevereiro, 1985.

CONROY, Charles A. The Use of Expressionism in Three Plays of Eugene O'Neill. Loyola University Chicago. (1954). Master's Theses.

DREUSSI, Rose Mary. Expressionism In the plays of Eugene O'Neill. A Thesis Presented to the Faculty of the Department of English University of Houston In Partial Fulfillment of the Requirements for the Degree Master of Arts, December 1970.

EISEN, Kurt. The theater of Eugene O’Neill. American Modernism on the World Stage. Bloomsbyr Methuen Drama, 2018.

FERRO, Paola Piovezan. Figurações dramatúrgicas do indivíduo em “Suppressed Desires” (1915) de Susan Glasspell e George Cram Cook e “Before Breakfast” (1916) de Eugene O’Neill: um recorte analítico da dramaturgia dos Provincetown Players. Dissertação de Mestrado. FFLCH, USP, 2015.

_______. As apresentações da classe média norte-americana em Suppressed Desires e Pie, do grupo The Provincetown Players. XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, RGN, 2013

GELB, Arthur & GELB, Barbara. O’Neill: life with Monte Cristo. New York, Harper and Row, 1987.

HAVLÍČKOVÁ, Aneta. The Tragedy of Family in the Plays of Eugene O’Neill. Palacký University Olomouc, Faculty of Arts, Department of English and American Studies, Olomouc, República Checa, 2018.

MANHEIM, Michael (Editor). The Cambridge Companion to Eugene O’Neill. Cambridge University Press, 1998.

MILLER, Jordan. O’Neill and the critics. Kansas State University. Scott, Foresman and Company.1965.

NASCIMENTO, Abdias do. Teatro Experimental do Negro: trajetória e reflexões. Estudos Avançados 18 (50), 2004

NEW MASSES, August 13, 1935. p.28. O’Neill’s Technique and social philosophy. by John Howard Lawson.

NEW MASSES, February 06, 1934. pg. 27. The end of O’Neill. by Virgil Geddes.

PFISTER, Joel. Staging depth. Eugene O’Neill and the politics of psychological discourse. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1995. First edition.

RABELO, Adriano de Paula. Formas do trágico moderno nas obras teatrais de Eugene O’Neill e Nelson Rodrigues. Tese de Doutorado. FFLCH USP, 2004.

RAFI, Nur Shereen D/O MohamedObjects and Madness in Eugene O’Neill’s Drama. A thesis submitted to the Nanyang Technological University in partial fulfilment of the requirement for the degree of Master of Arts. Singapore, 2020.

WHITAKER, Dennis Themes and Technique in the Plays of Eugene O'Neill during the period 1921-1931. A thesis submitted to the University of London for the degree of Master of Philosophy. Ann Arbor, Michigan. s/d.

SONG, Seung-En. Theatrical Experience in search of God; Pessimism and Promise: Eugene O’Neill and Samuel Beckett. MPhil in English Literature The University of , 2012.

SOUZA, Alexandre de Albuquerque. Electra sob as luzes da ribalta. Ação e ethos trágico em Mournng becomes Electra, de Eugene O’Neill. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.



Maria Sílvia Betti é pesquisadora e docente Sênior no Programa de Estudos Linguísticos e Literários em Inglês da FFLCHUSP. Autora de Dramaturgia comparada Estados Unidos-Brasil. Três estudos. São Bernardo do Campo-SP: Cia. Fagulha, 2017. Organizadora da Coleção Oduvaldo Vianna Filho de dramaturgia (Editora Temporal). 

 


PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO:

Cia. Fagulha

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