Render-se ou respirar e resistir. Surrendering or to breathe and resist. Danielle do Nascimento Rezera & Agenor Bevilacqua Sobrinho

 

Render-se ou respirar e resistir

Surrendering or to breathe and resist

Danielle do Nascimento Rezera & Agenor Bevilacqua Sobrinho

 

Thomas Project n. 4 (2/2020)

LIVING THE CATASTROPHE OF BREATHING, BETWEEN UTOPIA AND DYSTOPIA / 

VIVERE LA CATASTROFE DEL RESPIRO, TRA UTOPIA E DISTOPIA /

VIVER A CATÁSTROFE DA RESPIRAÇÃO, ENTRE UTOPIA E DISTOPIA


Resumo: As sociabilidades e as utopias concretas precisam ser fomentadas pela compreensão das subjetividades articuladas com a consciência e a práxis. Diante do caos e distopias provocados pelas crises, temos duas opções: nos render, capitulando, ou respirar e resistir baseados na concepção crítica de novas possibilidades de convivência no mundo. Selecionamos, para a compreensão dessas possibilidades, pensadores que nos orientam a um percurso utópico ético e concreto e nos direcionam à efetiva luta. 

Palavras-chave: Utopia, Distopia, Luta social, Novas sociabilidades, Crise da vida humana, Pandemia da Covid-19.


Thomas Project. A border journal for utopian thoughts, n. 4, 2/2020, pp. 61-84

E-ISSN 2724-0568 - Itália

Danielle do Nascimento Rezera & Agenor Bevilacqua Sobrinho, Render-se ou respirar e resistir / Surrendering or to breathe and resist (pp. 61-84)

 

PDF: http://www.thomasproject.net/wp-content/uploads/2021/02/Tp4_4_Danielle-do-Nascimento-Rezera_Agenor-Bevilacqua-Sobrinho_Render-se-ou-respirar-e-resistir-1.pdf



A educação de crianças e jovens durante a pandemia da covid-19. “Tem alguém aí, ou vamos apenas cumprir tarefas?” Por Danielle do Nascimento Rezera e Raquel Gomes D'Alexandre

 A educação de crianças e jovens durante a pandemia da covid-19.

“Tem alguém aí, ou vamos apenas cumprir tarefas?”

Por Danielle do Nascimento Rezera e Raquel Gomes D'Alexandre


 

Danielle do Nascimento Rezera - Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP

Raquel Gomes D'Alexandre - Pontifícia Universidade Católica PUC- São Paulo

 

Resumo:

A chegada do vírus Covid-19 ao Brasil redirecionou o olhar nacional para a crise científica instituída após os primeiros anos de governo do atual presidente da república, Jair Messias Bolsonaro. Objetivando entender o descontrole pandêmico no país e os efeitos na educação, tecemos considerações importantes em que se estabeleceu como mote epistemológico a compreensão do negacionismo científico articulado a antipolítica fundamental à condução do processo de alijamento dos direitos humanos. Buscamos no processo o entendimento crítico das condicionantes da educação obrigatória e como estas práticas são utilizadas como sinônimo de uma reconfiguração sobre as atividades laborais e atuação de entes privados no setor, indicando processos de precarizações do trabalho docente e da qualidade no sistema educacional público.

 

Palavras-chave: Educação. Covid-19. Negacionismo. Antipolítica. Razão Neoliberal.

 

 

SABER & EDUCAR 2 9 / 2 0 2 1: Escolas encerradas: Que educação em tempos de covid-19?

e-ISSN 1647-2144 – Portugal.

 

http://revista.esepf.pt/index.php/sabereducar/article/view/396/458

 

PDF: http://revista.esepf.pt/index.php/sabereducar/article/download/396/458


Enfrentando distopias contemporâneas: por uma disputa contra-hegemônica. Por Danielle do Nascimento Rezera, Agenor Bevilacqua Sobrinho

Enfrentando distopias contemporâneas: por uma disputa contra-hegemônica.

Por Danielle do Nascimento Rezera, Agenor Bevilacqua Sobrinho

 



Resumo

Tratamos neste artigo sobre as possiblidades de engajamento político-cultural no contexto pandêmico da Covid-19, as reais perspectivas de articulações sociais no âmbito de disputas por políticas que não atendam somente os aspectos da sobrevivência imediata, mas também que visem resoluções no campo democrático que nos levem a uma transformação qualitativa de nossa sociedade. Encontramo-nos diante do sentimento, descrito por Ernst Bloch, de uma “falta de algo” que nos incita a buscar outro modo de vida, os sentidos utópicos que nos levam à efetiva luta. Assim, aqui buscamos elucidar os preceitos das estruturas — tais como os lobbies do setor de tecnologia e seus conglomerados, os avanços antidemocráticos, instrumentalizados pela Lawfare, autoritarismo e anticonstitucionalismo do governo federal brasileiro, os ataques aos trabalhadores da educação e à própria disputa no setor educacional como campo de controle —, que podem nos encaminhar para o rompimento das distopias que cercam o cotidiano da classe trabalhadora, em especial a realidade educacional brasileira e seus desafios e gargalos que se exponenciam com a pandemia da Covid-19.

 

Revista PerCursos - v. 21, n. 47 (2020): Utopias e distopias na contemporaneidade

PerCursos, Florianópolis, v. 21, n. 47, p. 04-30, set./dez. 2020.

 

Enfrentando distopias contemporâneas: por uma disputa contra-hegemônica. Por Danielle do Nascimento Rezera, Agenor Bevilacqua Sobrinho

Leia o texto completo em PDF: https://www.revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/18227/12672

  

Curso Dez vezes Vianinha – Sobre a proposta. Por Maria Sílvia Betti

Curso: Dez vezes Vianinha

Sobre a proposta. Por Maria Sílvia Betti


Dez vezes Vianinha – Por Maria Sílvia Betti

Curso online gratuito.


Esta série de encontros propõe-se a apresentar uma visão de conjunto da dramaturgia de Oduvaldo Vianna Filho tomando como balizas históricas os anos de 1965 (que se seguiu ao do golpe civil-militar) e 1974 (ano de sua prematura morte).

Vianna viveu e escreveu em um período de transformações socioeconômicas aceleradas e de grandes desafios para as classes trabalhadoras. Desde o início de seu trabalho como dramaturgo, no Teatro de Arena de São Paulo na segunda metade da década de 1950, o teatro foi tratado por ele como parte inseparável do aparelhamento de percepção, conhecimento e intervenção diante da realidade.

Em 1960, Vianna desligou-se do Arena disposto a transpor a barreira de classe que lá se apresentava quanto ao público, uma vez que operários e trabalhadores de baixa renda acabavam não tendo acesso aos espetáculos. Sua recém escrita peça “A mais valia vai acabar, seu Edgar”, encenada por Chico de Assis com um grupo amador num espaço aberto da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, acabou desencadeando a organização do Centro Popular de Cultura (o CPC), um grande e abrangente projeto voltado à horizontalização da produção cultural, com setores de trabalho voltados não só ao teatro, mas também ao cinema, à música popular, à poesia e à produção e circulação de estudos críticos que analisavam, de forma didática e investigativa, os grandes temas da pauta política do país. Em 1962 o CPC foi encampado pela União Nacional dos Estudantes, tornando-se seu braço cultural: o CPC da UNE.

Dentro do CPC Vianna passou a trabalhar febrilmente no setor de teatro, participando como escritor na criação de autos (esquetes satíricos e críticos de teatro de rua) sobre assuntos candentes das lutas do operariado, e, como ator, da apresentação deles em portas de fábrica, em favelas e em centrais sindicais. Paralelamente ele continuou a escrever peças longas voltadas às questões políticas cruciais do país (petróleo, reforma agrária e problemas inerentes à aliança de classes).

As condições materiais e humanas que caracterizaram esse período de trabalho cultural foram brutalmente abortadas com o golpe de 1964. A UNE foi posta na clandestinidade, e seu prédio, cercado por forças policiais, foi metralhado e destruído. Líderes sindicais, militantes de partidos de esquerda e ativistas do CPC e de outras organizações passaram a ser perseguidos, e muitos tiveram que deixar o país. Todos os principais elos entre o proletariado e os artistas e intelectuais de esquerda foram sumariamente cortados.

Diante dessas circunstâncias, Vianna e alguns companheiros criaram o grupo teatral Opinião, no Rio de Janeiro. Tratava-se da retomada forçada do teatro profissional e, ao mesmo tempo, da tentativa estratégica de realização de um trabalho que expressasse resistência e crítica, ainda que indiretamente, por meio de alusões, em espetáculos com uso de humor, música e metáforas sobre a situação do país.

Em 1968, com a instauração do Ato Institucional número 5, as já difíceis condições de trabalho sob o autoritarismo tornaram-se ainda piores, com a implantação da censura prévia aos meios de comunicação e com a crescente perseguição, prisão, tortura e desaparecimento de militantes de esquerda.

Com a recorrente proibição da maioria de suas peças pela censura, Vianna passou a ter que realizar trabalhos para a televisão, campo em que teve acolhida de público e reconhecimento pela crítica tanto com os textos teledramatúrgicos escritos para o programa “Caso Especial”, da TV Globo, como, principalmente, com os roteiros que criou em conjunto com Armando Costa, amigo e companheiro do CPC, para o seriado “A grande família” na mesma emissora.

Como dramaturgo e como pensador do teatro e da cultura, a perspectiva de Vianna foi sempre a de quem se apoiou na materialidade das condições objetivas da existência:

 

Partir daquilo que existe, que é visível, partir daquilo que compõe o homem no mundo em que vivemos.

 

Parece residir aí, nessa perspectiva materialista de entendimento, o principal desafio que se apresenta, nos tempos atuais, para o estudo e discussão de sua dramaturgia, particularmente a referente a esse período que se estendeu do golpe até sua prematura morte. A universidade atual tem sido um campo formador norteado predominantemente pela necessidade de gerar diagnósticos de análise apoiados em formulações teóricas mais do que no entendimento das condições históricas que se apresentam. Nada poderia ser mais adverso à discussão da dramaturgia de Vianna, e particularmente da dramaturgia produzida por ele nesse período, diante de circunstâncias de tão grande cerceamento.


Na consciência do povo, ao longo da História, de tal modo se imprimem os valores da submissão e da prostração, as condutas de aceitação e omissão, de tal modo a consciência popular é impregnada de ideias sobre a existência natural de “superiores” e “inferiores” que mesmo nos momentos em que o povo desperta, em que o povo toma para si sua força, estes valores permanecem, dificultando sua ação organizada, entravando a luta popular. [1]

 

Tornar mais agudos e complexos os recursos de expressão dramatúrgica e cênica foi sempre o empenho principal envidado por Vianna em tudo o que escreveu, e liga-se a seu esforço no sentido de tornar mais eficaz o mergulho crítico na realidade, por mais adversa que esta seja. Trata-se, portanto, de algo que se coloca a serviço da análise e da reflexão necessárias à luta e que se constitui em elemento inseparável dela. Em breves palavras, esta é a perspectiva a partir da qual foi proposta esta série de conversas.



[1] VIANNA FILHO, Oduvaldo. Uma entrevista sobre “Quatro Quadras de Terra”. In _______. Teatro de Oduvaldo Vianna Filho, v. 1. Organização de Yan Michalski. Rio de Janeiro: Ilha, 1981, p. 289.




Cinco vezes favela - 1962

Cinco vezes favela - 1962   Cinco vezes favela -  1962   FILME DISCUTIDO NO MÓDULO II DO CURSO: ODUVALDO VIANNA FILHO : teatro, política, ...

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