Aquele que
duvida – Bertolt Brecht
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Aquele que duvida:
Sou aquele que
duvida. Eu tenho dúvida se
o trabalho que
devorou seus dias foi tão bem feito.
Aquele que
duvida – Brecht
Sempre que
parecia
Que nós tínhamos
encontrado a resposta de uma pergunta
Um de nós pegava
a cordinha do velho e enrolado
Pergaminho de
papel na parede, para que ele caísse e
Revelasse para
nós o homem no banco que
Duvidava tanto.
Eu, ele dizia
para nós
Sou aquele que
duvida. Eu tenho dúvida se
o trabalho que
devorou seus dias foi tão bem feito.
Se o que você
disse ainda teria valor para alguém se
Tivesse sido
menos bem dito.
Se talvez você
tenha falado bem mas talvez
Não estivesse
convencido da verdade do que disse.
Se o que disse
não foi ambíguo; cada possível erro de entendimento
É
responsabilidade sua. Ou talvez não seja ambíguo
E retire as
contradições das coisas; isto será
não ambíguo?
Se assim for, o
que você diz é inútil. Não tem vida em si.
Você está
verdadeiramente na corrente dos acontecimentos? Você aceita
tudo que se
desenvolve? Você está se desenvolvendo? Quem é você? A
Quem
você fala? Quem
acha o que você diz útil? E, por falar
Nisso:
É sóbrio? Pode
ser lido pela manhã?
Está conectado
ao que já está lá? As sentenças
que foram
ditas na sua
frente foram usadas, ou pelo menos refutadas? É
tudo
verificável?
Por experiência?
Por qual? Mas acima de tudo
sempre acima de
tudo mais: como alguém se comporta
se acredita no
que você diz? Acima de tudo: como alguém se comporta?
De forma
reflexiva, curiosa, nós estudamos o homem azul que duvida
no papiro, nos
olhamos e
Recomeçamos tudo
de novo.
Bertolt Brecht
*****
Confira:
Atualidade/utilidade
do trabalho de Brecht [Uma
abordagem a partir do estudo de quatro personagens femininas.]
Autor:
Agenor Bevilacqua Sobrinho
Editora:
Cia. Fagulha
ISBN
13: 978-85-68844-01-4
Páginas: 408
e-mail:
atendimento@ciafagulha.com.br
Tel.:
(011) 3492-3797
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