Como funciona a teoria do caos na prática. Parte 1 e 2.
Por Agenor Bevilacqua
Sobrinho [1]
Como funciona a teoria do caos na prática. Parte 1
Publicado originalmente em:
Teoria do caos: Ou como se apropriar do que é
dos outros implantando o caos.
1. Todos/as que têm mais de dois neurônios (ops!,
isso exclui patOtários e assemelhados) sabem que o Brasil sofreu um golpe de
Estado.
2. Temer/Bolsonaro é o retrato de seus apoiadores
(os golpistas profissionais, que se locupletam com o golpe; e os patOtários,
que serão prejudicados pelas “reformas” do usurpador).
3. Muitos/as acreditam, com certa razão, que a
incompetência de Temer/Bolsonaro e seus bajuladores é a responsável pelo caos
que assistimos ao vivo, 24 horas por dia, desde a ascensão da guadrilha
PMDB&PSDB, sem votos (sem legitimidade), ao poder.
4. Entretanto, apesar de concordarmos com o fator
incompetência, amplamente identificado por analistas de diversos quadrantes,
acreditamos que haja uma força gravitacional mais forte a presidir esse estado
de coisas.
5. Não, leitores/as, não estamos nos referindo a
forças sobrenaturais, diabólicas ou congêneres.
6. Sempre seguindo a racionalidade, para não
cairmos em desvãos desnecessários e improdutivos, chegamos a conclusão distinta
de demais observadores/as da realidade brasileira e de seu real significado.
7. Entendemos que as teorias mais simples são mais
capazes de explicar um fenômeno do que as mais complexas.
8. Portanto, a atenção ao que é escancarado, porém
utilizado em outras ocasiões como fator de distração, pode ser a chave de
compreensão que buscamos para responder ao questionamento principal sobre o que
ocorre no Brasil.
9. Nesse sentido, chegamos à seguinte conclusão: o
caos instalado no país é produzido de forma deliberada. Antes de ficarem
assustados/as e/ou incrédulos/as, acompanhem até o último item.
10. Como funciona a teoria do caos na prática? É
muito fácil. Vejamos como as coisas se sucederam do golpe para cá:
10.1 Golpe de Estado
parlamentar-jurídico-policial-midiático-financeiro apeou do poder uma
presidenta honesta e empossou uma quadrilha, sem votos, para assaltar sem
restrições o Estado e entregar as riquezas do Brasil às multinacionais (questão
geopolítica colonial), que ofereceram suporte de diversas naturezas aos
golpistas internos.
10.2
Destruir direitos sociais e políticos, entregar de bandeja a soberania
nacional, ou seja, todas as riquezas e patrimônios do povo brasileiro.
10.3 Esses compromissos assumidos pelos usurpadores
tiveram aval/beneplácito das instituições que, legalmente, estariam
encarregadas de bloquear o estupro da Constituição, mas fizeram vistas grossas
à passagem e marcha batida do exército imperial, diretamente, ou através de
seus acólitos domésticos.
10.4 Os enormes déficits
fiscais do (des)governo Temer/Bolsonaro subirão de forma ainda mais gravosa.
Chegaremos em breve à insolvência e paralisia de serviços públicos numa
conjuntura de depressão econômica, na qual parcelas significativas das classes
médias estão se proletarizando e não terão a oferta de serviços básicos do SUS
(contra os quais vociferavam) e demais atendimentos do Estado, em processo de
contínuo ataque e sabotagem pelos neoliberais tresloucados e suas fórmulas
mágicas de acabar com a pobreza aniquilando os pobres.
10.5 Ou seja, quando (quase) todos/as estiverem
convencidos de que não há saída, os luminares de tais catástrofes, com o
cinismo peculiar, oferecerão a redenção do caos por eles promovido.
10.6 Então, ouviremos em cadeia nacional, um
representante das oligarquias (seus porta-vozes, por exemplo) apresentar, como
salvação única e emergencial, a entrega da Petrobras, do Banco do Brasil, da
Caixa Econômica Federal, das terras, ares e mares, quer dizer, de tudo, ao
Grande Irmão do Norte, que, justificadamente, em sua imensa... (imagem
desloca-se para o real mandante; opção de áudio original em inglês ou
dublagem):
“Afeição por esses tristes tópicos, assumirão o
sacrifício de gerir aquilo que os brazucas são incapazes. É claro que haverá
custos para tomarmos essas responsabilidades. O pedágio, naturalmente,
conduzirá à transformação dessas terras do Sul em protetorados. E para que esse
povinho selvagem seja, finalmente, civilizado, distribuiremos cursinhos de
inglês online gratuitos, cuja única lição será aprender a dizer: ‘Yes, sir!’.
Não é uma maravilha?”, indaga envaidecido o Tio Sam.
10.7 Teremos o coro uníssono de patOtários ecoando
Brasil afora a lição gentilmente ensinada: “Yes, sir!”
10.8 O analfabetismo político tem cura. O caos foi
meticulosamente planejado para, ao final, aparecer com a “única resposta” ao
problema que interessa às oligarquias internacionais e suas subalternas
“nacionais” em nosso território.
10.9 Não somos obrigados a passar por todas as
etapas do golpe e, bovinamente, ficarmos lamentando a fascistização do país.
10.10 Vamos resistir?
Palavras-chave,
Parte 1
Brasil colonial, Como funciona a teoria do
caos na prática, destruição de direitos sociais e trabalhistas, fim da
Soberania, Golpe de Estado, protetorado, quadrilha, teoria do caos, Tio Sam,
yes sir.
Como funciona a teoria do caos
na prática – Parte 2
Publicado originalmente em: https://agenorbevilacquasobrinho.blogspot.com/2017/08/como-funciona-teoria-do-caos-na-pratica.html
Teoria
do caos:
Plante
o caos e colha a Eletrobras, Petrobras, Casa da Moeda, BB, CEF etc.
Baratinho,
baratinho...
Quiçá,
de graça!
1. Em Como funciona a teoria do caos na prática
– Parte 1, demonstramos a estratégia pela qual os
senhores das Casas Grandes (estrangeira e doméstica) resolveram tomar de assalto
o poder, via golpe de Estado, para levar na mão grande o patrimônio do povo
brasileiro construído por diversas gerações.
2. O PCC – Primeiro Comando do Capital [não
confundir com o sócio homônimo, o da Capital, incumbido do varejo] administra a
expansão do caos para oferecer a redenção da “eficiência do livre mercado” e
outras quimeras facilmente assimiladas por lobotomizados patOtários.
3. A devastação
operacionalizada pelos cortes orçamentários draconianos — aparentemente
ofertados aos narcotizados da Globonews como resposta correta “à ineficiência
do setor público” —, visa fomentar na massa boçal de camisetas da cbf a
impressão de que apenas a privataria total e ilimitada poderia nos retirar do
fundo do poço incessantemente cavado pelos mesmos promotores que oferecem, novamente, a
“solução” do entreguismo despudorado.
4. O país fica de joelhos (ou
de quatro?) aguardando as “boas novas” arquitetadas em suas costas.
5. Multinacionais,
lambendo os beiços famintos diante da pusilanimidade da presa, ordenam a
sequência dos pratos do menu nacional a serem servidos pelos mercenários
colocados no poder sem votos.
6. Algumas famílias cultivam
um interno folclore histórico de que algum de seus membros teriam, em um
passado remoto, sido trocados pelo próprio peso em ouro para resgatá-los da
lambança de haver supostamente comprado uma máquina de fazer dinheiro nos EUA e
evitar a pena de morte naquele país. O janota peralta voltaria para o seio
familiar oligárquico, cujas economias ficaram irremediavelmente combalidas.
7. No caso tupiniquim, a quadrilha
que se apropriou ilegitimamente do poder — avalizada pelo Judiciário, mídia
corporativa, MP, polícias e demais integrantes da orquestra
conservadora/reacionária —, tem um apetite inesgotável, pantagruélico e
absolutamente infinito.
8. Nada melhor do que ter sua
própria Casa da Moeda, privatizando-a, para emitir sem restrições o numerário
requerido pelos colarinhos brancos das hienas golpistas.
9. A paga pelos serviços sujos
de aniquilar a construção do Brasil pelo tsunami neoliberal, finalmente,
encontrou um meio de satisfazer a necessidade de acalmar as panças oceânicas
das excelências
comedoras de dinheiro.
10. De seu lado, os agentes
internacionais do golpe, entendendo a disposição no auxílio inexcedível de
dilapidar o país em seus prepostos,
resolveram acelerar o bote e roubar tudo em “24 horas”.
11. A justiça burguesa
aquiesce, pois compreende que o saque colonial é “pró-mercado”, nas gentis
palavras de um dos chefetes designados para abrir alas aos conquistadores
ávidos do alheio, mas sem obrigação de enviar a 4ª Frota ou qualquer arsenal,
dada as condições de completa inexistência de anteparos e defesas edificadas,
que, se houvessem, poderiam ao menos esboçar alguma reação à
marcha atroz de exércitos inimigos.
13. Na realidade, não importam
tanto as nomenclaturas, mas a ação deletéria destruidora de esperanças futuras
porque o próprio presente coletivo é enterrado sem-cerimônia pelo movimento
Brasil livre: de leis protetivas aos trabalhadores; de respeito por sua gente
mais humilde; de regulações econômicas e sociais contra a voracidade
capitalista; de dignidade e esperança para 99% da população.
14. Entretanto, mesmo os
maiores impérios não saem impunes de suas ações criminosas. A aparente calmaria
desfrutada pelos salteadores não é eterna. Não apenas homens-bomba estão
digerindo, como, também, semeiam dispositivos de revolta
sequer imaginados por essas plagas.
16. Como Eduardo Cunha, que
tivera livre trânsito em seus delitos para trucidar a democracia embrionária no
país, Temer/Bolsonaro e seus comparsas igualmente serão poupados, uma vez que
realizam ordens superiores
advindas do Grande Irmão do Norte.
17. Os bambus e outras
obsolescências embusteiras serão exibidos a mancheia pelos gentis procuradores,
em sua encenação ilusória de resistência das personagens ‘destemidas’ em nada
fazer de concreto para deter os gângsteres.
18. Como sabemos, as
vulgaridades dos apoiadores nazistas-cristãos
permitiram o rompimento de diques e, agora, os que não tiverem os equipamentos
de segurança de emergência serão tragados pela correnteza cruel e soterradora
do neoliberalismo.
19. Estamos diante de mais um
capítulo da luta de classes, a
mesma que os patrões alegam não existir.
20. Do mesmo jeito que
catequizam com o embuste de que “falar em esquerda e direita é ultrapassado”.
21. Terminamos por aqui como
fizemos na Parte 1.
22. Não somos obrigados a
passar por todas as etapas do golpe e, bovinamente, ficarmos lamentando a
fascistização do país.
23. Vamos resistir?
Palavras-chave, Parte 2
Cavalo de
Tróia, Como funciona a teoria do caos na prática 2, entreguismo, esquerda e
direita em política, imperialismo, KKK, Ku Klux Klan, luta de classes,
neoliberal, Privataria, rentistas, resistência.
[1] Agenor Bevilacqua
Sobrinho é doutor em Artes Cênicas pelo CAC/ECA-USP e Mestre em Artes pelo
Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (IA-UNESP). É pesquisador
do Grupo de Pesquisa “Estudos histórico-críticos e dialéticos de teatro
estadunidense e brasileiro” (CNPq). Editor, dramaturgo e escritor, é autor
de Atualidade/utilidade
do trabalho de Brecht, A Lente, A Guerra de Yuan, O Rato Pensador
(todos pela Editora Cia. Fagulha: www.ciafagulha.com.br ) e de
vários artigos publicados em revistas especializadas. E-mail: editora@ciafagulha.com.br
Conheça do mesmo autor:
Autor: Agenor Bevilacqua Sobrinho
Editora: Cia. Fagulha
ISBN 13: 978-85-68844-00-7
Páginas: 136
e-mail: editora@ciafagulha.com.br
WhatsApp.: (011) 95119-8357
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