Mito da caverna. Por Agenor Bevilacqua Sobrinho
Publicado
anteriormente em: http://agenorbevilacquasobrinho.blogspot.com/2011/07/mito-da-caverna.html
Mídia golpista pariu o fascismo no Brasil.
Mas há pais e mães múltiplos dessa anomalia no país.
Mito da caverna. Por Agenor Bevilacqua Sobrinho
Imaginemos uma caverna separada do mundo externo
por um alto muro. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa
um feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa.
Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos são enviados ali pelo
PIG.
As pessoas ficam de costas para a entrada,
acorrentadas nas grades de vídeos, de jornais e de revistas que contam sempre a
mesma ladainha. São adestradas a visitar templos sagrados de consumo impostos
pelo PIG, não movendo a cabeça para lugar distinto do ordenado pelas
oligarquias piguianas. Não tendo consciência de si e dos demais, asseveram
existir apenas a ficção elaborada por grandes corporações que os mantêm presos
a uma mentalidade mesquinha e predatória, caracterizada por o homem ser o lobo do homem e o trabalho
ser objeto de intensa exploração e destituído de sentido para os produtores
que, alienados, não se reconhecem enquanto autores do que elaboraram. Portanto
a riqueza é apropriada pelos proprietários dos meios de produção, os quais
encomendam lenitivos e outros narcóticos para manter os encarcerados
entorpecidos por um entretenimento imbecilizante.
Do lado de fora, há diversas frentes procurando
romper o cerco midiático a que estão sujeitos os sequestrados da realidade pelo
PIG. Este utiliza servomecanismos múltiplos para conservar a catatonia dos
habitantes da caverna.
Os prisioneiros julgam que o discurso piguiano e
seus simulacros são a própria realidade, de maneira que os adversários do
sistema da caverna são denominados de terroristas, esquerdistas, comunistas,
blogueiros sujos etc.
Os alienados imaginam que as vozes dos vídeos, das
revistas e dos jornais são suas próprias falas, de tal forma que atribuem a si
mesmos as ideias diuturnamente impostas pelos canais de distorção da realidade
monopolizados pelo PIG.
Em função do hábito, tomam a ficção piguiana por
realidade. Essa confusão, porém, não é causada pela natureza dos prisioneiros e
sim pelas condições adversas em que se encontram.
A batalha dos inimigos da mídia totalitária é
resgatar os que ainda não têm condições de se desvencilhar das amarras e
condicionamentos mentais de aprisionados.
Antigos cativos fazem parte das brigadas antiPIG.
Eles estavam inconformados com a condição miserável em que se achavam e
decidiram abandoná-la. Fabricaram instrumentos para quebrar seus grilhões.
Inicialmente, tiveram inúmeras dificuldades, mas enfrentaram os obstáculos de
um caminho íngreme e difícil, e saíram da caverna.
Comparando o que viam/ouviam/liam nas sessões
piguianas de lavagem cerebral e a extrema diferença descoberta no exterior
daquele mundinho medíocre, sentiram-se divididos entre a incredulidade e o
deslumbramento. Agora, precisariam decidir onde se localiza a realidade: no que
observam atualmente ou nas sombras piguianas em que sempre viveram.
Deslumbramento (ferido pela luz) porque seus olhos não conseguem ver com
nitidez as coisas sob outro prisma. Confusos, o primeiro impulso deles é
retornar à caverna, atraídos pela alienação, que lhes parece mais acolhedora.
Aprendem a ver e esse aprendizado é doloroso, pois se dão conta da necessidade
de deixar de lado ideias e costumes familiares e conhecidos.
Entretanto, em virtude dos percalços e riscos que
assumiram, os ex-prisioneiros permanecem no exterior e começam a investigar o
mundo a partir de outras perspectivas. Aos poucos, habituam-se ao antes
desconhecido e passam a ser felizes por ver as coisas como realmente são, ou
seja, completamente distintas dos enredos piguianos.
Estimulados, não querem jamais voltar à condição
anterior e lutarão com todas as suas forças para nunca regressarem a ela.
Todavia não podem evitar lastimar a condição dos
que continuam cativos e, por fim, tomam a difícil decisão de regressar ao
subterrâneo sombrio para contar aos restantes o que viram e convencê-los a se
libertarem também.
Que acontece nesse retorno? Os prisioneiros zombam
deles, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-los com
suas caçoadas, tentam fazê-lo internando-os nas antigas poltronas nas quais
serão obrigados a voltar a assistir a programação piguiana exaustivamente para
deixarem de ser chamados de terroristas, sujos e subversivos.
Apesar do uso saturado da censura e controle, os
brigadistas, infensos ao palavrório de maré baixa, continuam a emitir suas
visões que destoam do estabelecido pelos agentes piguianos. Alguns ouvem, e
contra a vontade dos demais, também decidem sair da caverna rumo à realidade.
Conhecem outras pessoas, visitam blogs sujos, leem filósofos, sociólogos etc. e
passam a engrossar as fileiras da contestação às redes piguianas.
Atualmente, os mecanismos de domínio piguianos se
encontram sob ataques constantes, erodindo as fortificações antes tidas como
inexpugnáveis.
The Cave: An Adaptation of Plato's Allegory in Clay.
A caverna:
uma adaptação em argila da alegoria de Platão.
Animação com argila representa a Alegoria da Caverna de Platão, contida
em A República, no Livro VII.
A animação “Plato’s Allegory of the Cave” (A
Alegoria da Caverna, de Platão) tem a direção de Michael Ramsey, bonecos de
argila criados pelo artista Jon Grigsby e mais de 4.000 fotos iluminadas por
luz de vela.
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está sempre no cio,
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deve ser constante.
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