Moralândia.
Capítulo 2. Partido único e perseguição a dissidentes.
Por Agenor Bevilacqua Sobrinho
Por Agenor Bevilacqua Sobrinho
Publicado
anteriormente em: http://agenorbevilacquasobrinho.blogspot.com/2018/11/moralandia-capitulo-2-partido-unico-e.html
Novilíngua
em Moralândia:
Vocábulos permitidos não chegam a 100 palavras.
Vocábulos permitidos não chegam a 100 palavras.
1. Em
Moralândia, o imperador do protetorado detém o poder com um partido único, de
características nazifascistas. É proibido discordar das ordens reais.
Dissidentes são perseguidos, torturados e mortos.
2.
Antigamente, o monarca acusava seus opositores de terem “implantado uma
ditadura esquerdista-bolivariana-comunista”, e atribuíra a eles planos de
“censurar a imprensa livre”.
3. Agora,
não existe contraditório. Somente um canal de comunicação que se ocupa
diuturnamente em bajular o governante, o qual é chamado de “mito”.
4.
Segundo os mais velhos, tal apelido é uma corruptela, e se refere à abreviatura
de “mitômano”.
5. De
fato, o predicado mais evidente do Rei Mierdas, chefe de Moralândia, é a
compulsão por mentir. Não se mede em semanas ou em dias as ocorrências desse
hábito naturalizado no lugar, porém em horas e, até mesmo, minutos, dada a
frequência avassaladora de afirmações não condizentes com os mínimos traços de
verossimilhança com a realidade.
6. Com
decretos e medidas provisórias impactantes, o ditador impôs a novilíngua, cuja
principal tarefa é adequar o mundo externo às concepções do mandatário ungido.
7.
Destarte, o antigo idioma de mais de 400.000 palavras foi soterrado e, hoje,
não chega a uma centena. As restrições e o empobrecimento vocabular são
sintomáticos das dificuldades dos habitantes para compreender, por exemplo, o
significado da palavra “liberdade”, pois o termo é empregado para designar
presídios.
8. Aliás,
as ações de empreiteiras que constroem cárceres e de empresas que produzem
armas disparam todos os dias na Bolsa de Valores. Igualmente, outro ramo
próspero é o de funerárias.
9. Com
estardalhaço, advertências são emitidas sobre o que é ou não permitido no
reino. E se estimula reiteradamente a delação ao canal único de comunicação a
respeito de “criminosos”. Sabe-se que estes assim são considerados por
utilizarem vocabulário excedente ao “limite de 100 palavras”.
10.
Sabe-se que o grande líder e chefe supremo não domina nem mesmo 80 míseras
palavras, sentindo-se insultado por “subversivos” e “delinquentes”, cujo
repertório mínimo ultrapassa facilmente dezenas de milhares, ou todos aqueles
que tenham habilidade em conversar com pessoas para modificar a realidade
sufocante imposta em Moralândia.
*****
Conheça também:
Se a cadela do fascismo
está sempre no cio,
a luta antifascista
deve ser constante.
Como
encontrar os livros da Editora Cia. Fagulha:
Caso
preferir, envie sua consulta para o e-mail: atendimento@ciafagulha.com.br
WhatsApp: (11) 95119-8357
No comments:
Post a Comment