Moralândia. Capítulo 3. Monarquia teocrática e
nazifascista.
Por Agenor Bevilacqua Sobrinho
Publicado anteriormente em: https://agenorbevilacquasobrinho.blogspot.com/2018/11/moralandia-capitulo-3-monarquia.html
Em
Moralândia não tem concorrência: só é permitida a existência da
Igreja
Universal do Espírito Porco.
1. Como
sabemos, em Moralândia temos um partido único e também apenas uma Igreja, a Igreja
Universal do Espírito Porco.
2.
Associados, o PUM – Partido Único de Moralândia e a IUEP - Igreja Universal do
Espírito Porco fagocitam a sociedade.
3. Como
em monarquias não há cidadãos, somente súditos, a fusão de interesses entre o
PUM e a IUEP torna ambas instituições indistinguíveis.
4.
Segundo alegações da realeza, o “anterior dízimo se revelou insuficiente” para
cobrir as despesas da nobreza de Moralândia, tendo sido substituído pelo
“quíntuplo do antigo”, ou seja, são 50% de taxas celestiais para os
“representantes de Deus”, confirmando a tradição de que a existência de
intermediários inflaciona sempre os custos materiais, e sobretudo, os
espirituais.
5. Após
as “reformas darwinistas trabalhista e social”, encontrar trabalho tornou-se
tarefa inglória no reino, mas, em compensação, a liberação de armas deu acesso
a ferramentas que proporcionam renda, por meio de assaltos, a muitos até então
considerados “cidadãos de bem”.
6. Já que
as penitências aos que não pagam o “quíntuplo” são por demais severas,
humilhantes e inaceitáveis, os mais assíduos aos cultos resolveram “partir para
as vias de fato”, demonstrando a incorporação de valores como “a livre
iniciativa, o empreendedorismo e a meritocracia”.
7. De
maneira cada vez mais frequente, o vizinho do banco da igreja é vítima tanto
dos fiéis ao lado quanto, em grau muito maior, dos que ordenam a coleta do
“quíntuplo”, cujos recentes estudos já cogitam e apontam para a “necessária
atualização para algo como um sêxtuplo ou sétuplo”.
8. A
justificativa permanente é afirmar que “os recursos são para obras sociais”.
Entretanto, as únicas obras visíveis são a expansão de resplandecentes
propriedades e bens dos dirigentes da IUEP e do PUM, cuja presença simultânea
em altos postos hierárquicos de ambas tornam intercambiáveis, e até mesmo
ubíquas, tais figuras.
9. Assim,
a prometida prosperidade social é sempre adiada, exigindo-se paciência infinita
e fé inquebrantável “até o dia do Juízo Final”. Enquanto nenhuma melhoria
concreta acontece, ouve-se exaustivamente o patético apelo: “Ora que melhora”.
Paralelamente, o enriquecimento instantâneo e cada vez mais exuberante dos
chefes das duas organizações chaves de Moralândia, ao lado da hiperconcentração
de poderes sem precedentes, são alardeados como “o reconhecimento divino
traduzido em bens materiais” aos excelsos dirigentes. Relembrando, desse modo,
um calvinismo de whatsapp.
10.
Portanto, a proibição de outros entorpecentes ainda mantém o controle e a
obediência sobre moralandenses.
11. Não se
sabe até quando tais overdoses ainda farão efeito, pois a realidade teima em
contraditar as fantasias elucubradas pelo Rei Mierdas e sua entourage no
sentido de deter a eventual fúria do crescente número de expropriados e
despossuídos que se agregam dia a dia aos tradicionais miseráveis (todos estes
sujeitos à grande e anual “eliminação purificadora” promovida e ordenada pelos
mitos de Moralândia).
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