Moralândia. Capítulo 5. Deus-Pátria-Família. Por Agenor Bevilacqua Sobrinho


Moralândia. Capítulo 5. Deus-Pátria-Família.

Por Agenor Bevilacqua Sobrinho


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Falsidade é moeda corrente em Moralândia.

1. Pornografia baliza a moralidade de Moralândia.
2. De maneira escancarada, família real do lugar vive bajulando o Grande Irmão do Norte.
3. Portanto, a genuflexão é a postura onipresente em relação aos interesses forâneos, aos quais se batem continências e outras coisas impublicáveis.
4. Quando o boquete institucional da colônia com a metrópole é explícito e ininterrupto, como fica aquela historinha de "Deus-Pátria-Família"?
5. Espetáculo grotesco poderia ao menos guardar algum pudor.
6. Em vielas e becos, moralandenses arrependidos choramingam pelas traições cometidas pelo Rei Mierdas.
7. A bem da verdade, não se pode atribuir aos demais nossos defeitos.
8. O Rei Mierdas e sua corte jamais prometeram algo diverso do que estão fazendo.
9. Caiu em sua ladainha de Deus-Pátria-Família quem não tinha condições básicas de distinguir inteligência de ignorância.
10. A única Igreja permitida em Moralândia incumbiu-se alegremente de multiplicar suas extorsões. Segundo preceitos liberais, a falta de concorrência levou o dízimo a ser quintuplicado.
11. Em relação aos discursos sobre a Pátria, houve inúmeros avisos, embalde, de que se tratavam de lorotas promovidas por patriotas do estrangeiro.
12. A Família, tão louvada e pregada nos templos de Moralândia, nunca esteve tão desagregada e cindida, apesar das litanias de pastores e embusteiros assemelhados.
13. Debitar a própria estupidez aos outros é cômodo, mas não leva a lugar algum.
14. Ao estimular largamente o ser tosco, escroque e pernicioso como paradigma de ser humano, a elite moralandense rebaixou ainda mais os parcos marcos civilizatórios do local.
15. Com referências depreciativas à cultura, aos intelectuais e à harmonia das relações, biltres e malandros de diferentes latitudes e longitudes se locupletam como corsários em ilha indefesa e com suas entranhas arregaçadas para a legião de salteadores que cheiram de longe a oferta ingênua de uma potência que renuncia a sua soberania e abre as porteiras aos ávidos saqueadores.
16. Talvez seja inédito na História o desvario de um povo, pelo menos em sua magnitude.
17. Em que pese a grandiosidade do butim à disposição das aves de rapina, os dirigentes de Moralândia insistem em se dizer "patriotas".
18. Aplaudindo seus ídolos, hienas, ainda histéricas, exibem seus 32 dentes contentes com o engodo.
19. Entretanto, as cáries numerosas e os dentes apodrecidos dessa malta de idiotas revelam exatamente o oposto do que é exaltado pela propaganda oficial.
20. A decomposição generalizada da sociedade arquitetada pela mentira prova, mais uma vez, que as ilusões podem prevalecer por longo tempo, mas nunca infinitamente.
21. Nas periferias de Moralândia, a agitação e o vozerio indicam que os truques e prestidigitações do Rei Mierdas e sua corte podem estar com os dias contados.


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